É uma doença crônica que causa inflamação no trato gastrointestinal, da boca ao ânus, predominantemente partes do intestino delgado e intestino grosso. 1

Alguns fatores podem ser considerados como fatores de risco, tais como: fatores genéticos, contato com antígenos (vírus e bactérias), fatores ambientais (estilo de vida, tabagismo, hábitos alimentares) e emocionais, caracterizando esta doença como multifatorial. 2

 Além disso, a doença pode afetar ambos os sexos, mas principalmente adultos, brancos, entre 25 e 45 anos. 4

Sintomas

Os principais sintomas da Doença de Crohn são: 5

  • Diarreia crônica com presença de muco ou sangue;
  • Dor abdominal;
  • Perda de peso;
  • Febre;
  • Má absorção;
  • Deficiências nutricionais.  

O tratamento

Não há cura para a Doença de Crohn, mas existem opções de tratamento que ajudam a aliviar os sintomas, mantêm as remissões (fase em que não há atividade da doença) e previnem a reincidência. 6

As recomendações para intervenção medicamentosa ou cirúrgica dependem da localização da doença, intensidade dos sintomas, resposta à terapia medicamentosa e do diagnóstico de complicações. 6

Terapia nutricional

A terapia nutricional tem como objetivo a melhora do estado nutricional e clínico de pacientes com DC e, quando adequada, pode impedir a desnutrição, repondo deficiências de macro e micronutrientes, atuando na melhora inflamatória e imunológica, fornecendo o suporte energético para manutenção da vida. Pode também ser combinada ao tratamento clínico ou cirúrgico, mas em algumas situações específicas é o principal tratamento. 5,7

Alguns imunomoduladores se destacam no tratamento da Doença de Crohn, pois demonstram efeitos na melhora inflamatória e, por isso, podem trazer benefícios ao serem inseridos na dieta. São eles: arginina, glutamina, ácidos graxos, nucleotídeos, além de probióticos e prebióticos. 5

Além disso, estudos mostram que proteínas de alto valor biológico, triglicerídeos de cadeia média (devido a melhor absorção) e citocinas anti-inflamatórias, como o TGFβ-2, ajudam a reduzir a inflamação, reparar a mucosa intestinal e recuperar o estado nutricional. 8-12

O que deve se evitar na alimentação durante as crises?13

Durante as crises da Doença de Crohn, a alimentação deve ser modificada em diferentes momentos por seu médico e/ou seu nutricionista, de acordo com a situação do paciente, pois a alimentação pode influenciar os sintomas. Pode vir a ser recomendado pelo profissional da saúde, dependendo da necessidade do paciente:

• Dieta com baixo teor de sal: usada durante a terapia com corticosteroides, a fim de reduzir a retenção de água;

• Dieta com pouca fibra: utilizada para evitar estimular os movimentos intestinais e as cólicas abdominais;

• Dieta com baixo teor de gordura: recomendada quando a absorção de gordura pode se tornar um problema;

• Dieta sem lactose: indicada para pessoas com intolerância a laticínios;

• Dieta com alto teor calórico: indicada para indivíduos que apresentam perda de peso ou atraso de crescimento.

Consulte um profissional da saúde para informações adicionais.  Este é um material informativo e não substitui a recomendação de um profissional da saúde.

Referências

  1. Santos A, Martins M. Efeitos de Imunomoduladores na Doença de Crohn. Rev. Saúde Públ. Santa Cat. 2013; 6(3): 71-79.
  2. Doença de Crohn [Folheto na internet]. Sociedade Brasileira de Coloproctologia 2009 [Acesso em 11 de dezembro de 2019]. Disponível em: https://www.sbcp.org.br/pdfs/publico/crohn.pdf
  3. I Congresso Brasileiro de Doenças Inflamatórias (GEDIIB); abril de 2018; Campinas (SP).
  4. Gomes K, Pires V, Reis J, Silva M, Terra M. Doença de Crohn e seus principais aspectos. Revista Inesul, 2011.
  5. Flora A, Dichi I. Aspectos atuais na terapia nutricional da Doença Inflamatória Intestinal. Revista Brasileira de Nutrição Clínica, Campinas, 2005; 21(2): 131-137.
  6. Habr-Gama A. et al. Diretrizes da Associação Médica Brasileira. Doença de Crohn intestinal: manejo. Rev Assoc Med Bras., 2011; 57(1): 10-13.
  7. Santos L, Dorna M, Vulcano D, Augusti L, Franzoni L, Gondo F, Romeiro F, Sassaki L. Terapia nutricional nas Doenças Inflamatórias Intestinais. Nutrire. 2015; 40(3): 383-396.
  8. Who: Protein Quality Evaluation, Report of the joint FAO/WHO Expert Consultation. Rome: FAO Food and Nutrition paper nº 54, 1989.
  9. Nosaka N, Kasai M, Nakamura M, et at. Effects of dietary medium-chain triacylglicerols on sérum lipoproteins and biochemical parameters in healthy men. Biosci Biotechnol Biochem. 2002; 66(8):1713-8.
  10. Babayan VK. Medium chain Triglycerides and structured lipids. Lipids, 1978; 22:417-420.
  11. Triantafillidis JK, et al. Beneficial effect of a polymeric feed, rich in TGF-b, on adult patients with active Crohn's disease: a pilot study. Ann Gastroenterol. 2006; 19(1):66-71.
  12. Donnet-Hughes A, et al. Bioactive molecules in milk and their role in health and disease: the role of transforming growth factor-beta. Immunol Cell Biol. 2000;78(1):74-
  13. Associação Brasileira de Colite Ulcerativa e Doença de Crohn. Manual de nutrição, dieta e Doença Inflamatória Intestinal [Acesso em 13 de dezembro de 2019]. Disponível em: https://www.avantenestle.com.br/sites/default/files/2019-06/Manual%20Nutri%C3%A7%C3%A3o%2C%20Dieta%20e%20Doen%C3%A7a%20Inflamat%C3%B3ria%20Intestinal.pdf

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No Brasil, 13,25 em cada 100 mil habitantes são afetados por Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs).

53,83% possuem Doença de Crohn.3

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