Segundo a Organização Mundial da Saúde, mais de 1,9 bilhão de pessoas estavam acima do peso em 2016, dos quais, 650 milhões eram obesos.¹ A Obesidade pode ser definida como uma doença resultante do acúmulo anormal ou excessivo de gordura sob a forma de tecido adiposo, que resulta em prejuízos à saúde. É considerada uma doença crônica que afeta crianças, adolescentes e adultos. ³

 

A Obesidade Mórbida ou Obesidade grau III se define pelo IMC ≥ 40kg/m² 

 Em adultos, está associada a doenças crônicas, como: ⁵

  • Complicações metabólicas;
  • Doenças cardíacas;
  • Cerebrovasculares;
  • Embolia pulmonar;
  • Diabetes tipo 2;
  • Dislipidemias;
  • Distúrbios musculoesqueléticos;
  • Alguns tipos de câncer.

Causas da Obesidade

As causas são diversas e uma das principais é a alimentação inadequada, baseada em uma dieta rica em gordura, sódio e açúcares.6 Entre elas, também se inclui o gasto energético diminuído devido ao sedentarismo, além de fatores genéticos, metabólicos, endócrinos, psicológicos, sociais e culturais. 7,8

Tratamento

O tratamento da Obesidade Mórbida inclui dieta, exercício físico, além de incluir tratamento com medicamentos e, dependendo do caso, tratamento cirúrgico.

Os exercícios físicos atuam favoravelmente nesse processo, pois auxiliam no gasto energético e contribuem para o controle dos fatores de risco, como: menor risco de doenças cardiovasculares, diminuição da gordura abdominal, melhora do perfil lipídico, da pressão arterial e de parâmetros metabólicos (como glicemia), além de melhora na qualidade de vida e na capacidade funcional dos obesos. 9-11 

A associação da prática de exercícios físicos a mudanças nos hábitos alimentares, através de um planejamento dietético individualizado e realizado por um nutricionista, é importante para atingir bons resultados.  O plano alimentar é estabelecido de acordo com os hábitos e costumes pessoais em relação à escolha dos alimentos, preferências e aversões, alergias e intolerâncias, comportamento alimentar e adequação da oferta de alimentos em energia e nutrientes. 12

Cirurgia Bariátrica

A Cirurgia Bariátrica é uma modalidade para o tratamento da Obesidade Mórbida.

Os procedimentos cirúrgicos mais utilizados são: 13

  • Cirurgia de Scopinaro;
  • Cirurgia de Derivação Biliopancreática, com duodenal Switch ou cirurgia de Hess;
  • Gastroplastia Vertical Bandada;
  • Banda Gástrica Ajustável;
  • Gastroplastia redutora com Bypass Gástrico em Y de Roux;
  • Balão Intragástrico.

 

A alimentação pré e pós-cirurgia   

A Cirurgia Bariátrica traz mudanças consideráveis nos hábitos alimentares, além do risco de deficiências nutricionais associadas à cirurgia. Por isso, o acompanhamento nutricional tanto no pré, como no pós-operatório, é importante para avaliação da perda de peso e composição corporal, monitoramento e ajustes da ingestão alimentar e detecção de carências nutricionais. 14-15

Além desses benefícios, o acompanhamento nutricional contribui para uma melhor perda e manutenção de peso, que são as metas principais da cirurgia. Entre as recomendações desse acompanhamento, será estipulada a quantidade e qualidade da alimentação, regularização dos horários de refeição e qual a maneira mais adequada de abandonar os maus hábitos alimentares. 16

Suplementação pós-cirurgia  

O uso de suplementos de vitaminas e minerais pode ser necessário para se evitar deficiências após a cirurgia.17 É muito comum os pacientes terem anemia após serem submetidos à Cirurgia Bariátrica e, isso acontece pela deficiência de ferro, por isso, a análise de exames bioquímicos feita por um profissional da saúde é necessária. Caso haja indicação, a suplementação desse micronutriente será prescrita. Outros micronutrientes em que a suplementação deve ser avaliada são: o cálcio e a vitamina D, que têm papéis importantes na saúde e manutenção óssea. A oferta adequada de proteína também é muito importante, pois a absorção da proteína ingerida é de 57% em casos de Cirurgia Bariátrica e, também pelo baixo consumo deste nutriente em grande parte dos pacientes pós-cirúrgicos. 18,19

Por se tratar de uma doença crônica, o tratamento da Obesidade deve ser acompanhado por profissionais da saúde, mesmo após atingir a meta de peso ideal. ²0,²¹

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 A projeção é que em 2025, cerca de 2,3 bilhões de adultos estejam com sobrepeso e, mais de 700 milhões, obesos. ²

Referências

 

World Health Organization (WHO). Fact sheet n. 311. Updated January 2015Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e a Síndrome Metabólica [Home page]Mapa da obesidade [Acesso em 19 de dezembro de 2019]. Disponível em : http://www.abeso.org.br/atitude-saudavel/mapa-obesidadeWHO .Obesity: Preventing and managing the global epidemic. Geneva, 1997. Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. Diretrizes brasileiras da Obesidade 2016. 4ª Ed. [Acesso em 07 de novembro de 2019]. Disponível em: . http://www.abeso.org.br/uploads/downloads/92/57fccc403e5da.pdf  Malta D, Silva A, Tonaco L, Freitas M, Velasquez-Melendez G. Tendência temporal da prevalência de Obesidade Mórbida na população adulta brasileira entre os anos de 2006 e 2017. Cad. Saúde Pública [online]. 2019; 35: 9.Costa D. Eficiência do Acompanhamento Nutricional no Pré e Pós-Operatório da Cirurgia Bariátrica Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, São Paulo v.7, n.39, p.57-68, Maio/Jun. 2013. ISSN 1981-9919Malta D, Andrade S, Claro R, Bernal R, Monteiro C. Trends in prevalence of overweight and obesity in adults in 26 Brazilian state capitals and the Federal District from 2006 to 2012. Rev Bras Epidemiol 2014; 17 Suppl 1:267-76. Leeners B, Geary N, Tobler P, Asarian L. Ovarian hormones and obesity. Hum Reprod Update 2017; 23:300-21. Strasser B. Physical activity in obesity and metabolic syndrome. Annals of the New York Academy of Sciences. 2013;1281(1):141-59. Goodpaster B, DeLany J, Otto A, Kuller L, Vockley J, South-Paul JE, et al. Effects of diet and physical activity interventions on weight loss and cardiometabolic risk factors in severely obese adults: a randomized trial. Jama. 2010;304(16):1795-802.Marcon E, Gus I, Neumann C. Impacto de um programa mínimo de exercícios físicos supervisionados no risco cardiometabólico de pacientes com Obesidade Mórbida. Arq Bras Endocrinol Metab. 2011;55(5):331-8.Chaim E, Ramo A. Bypass Mini-gástrico de Everton: descrição da técnica e resultados preliminares. ABCD, Arq. Bras. Cir. Dig. 2017; 30 (4): .264-266.Costa D. Eficiência do Acompanhamento Nutricional no Pré e Pós-Operatório da Cirurgia Bariátrica Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, São Paulo v.7, n.39, p.57-68, Maio/Jun. 2013. ISSN 1981-9919Costa D. Eficiência do Acompanhamento Nutricional no Pré e Pós-Operatório da Cirurgia Bariátrica Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, São Paulo v.7, n.39, p.57-68, Maio/Jun. 2013. ISSN 1981-9919Fandiño J., Benchimol A. K., Coutinho W. F., Appolinário J. C. (2004). Cirurgia Bariátrica: aspectos clínico-cirúrgicos e psiquiátricos. Rev. psiquiatr. Rio Gd. Sul Recuperado em 5 setembro, 2009, de http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-81082004000100007&lng=en.doi:10.1590/S0101-81082004000100007Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica. Técnicas Cirúrgicas. 2011.Alvarez-Leite JI. Nutrient deficiencies secondary to bariatric surgery. Curr Opin Clin Nutr Metab Care 2004; 7(5): 569-75Bordalo L, Teixeira T, Bressan J, Mourão D. Cirurgia Bariátrica: como e por que suplementar. Rev Assoc Med Bras. 2010; 57 (1). Coates P, Fernstrom  J,  Fernstrom M, Schauer P.. Greenspan, S. L. Gastric bypass sugery for morbid obesity leads to na increase in bone tunover and a decrease in bone mass. The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism. 2004; 89(3).Diretrizes clínicas para identificação, avaliação e tratamento de Sobrepeso e Obesidade em adultos: o relatório de evidências. Obes. Res. 1998; 6 (suppl 2): ​​51S-209S. Zaparolli M. et al. Avaliação da ingestão alimentar durante o primeiro ano do pós-operatório de pacientes com Diabetes Mellitus tipo 2 ou alteração glicêmica submetidos à circulação extracorpórea. ABCD, arq. bras. cir. dig. 2018; 31 (2). 
 
Código: NHSDIG561219
 

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